Editorial
Em outubro, duas importantes feiras de arte do circuito internacional são realizadas na Europa. Saiba como o Brasil marca presença nessas programações!
27 set 2018, 17h46
Em outubro, duas importantes feiras de arte do circuito internacional são realizadas na Europa: a Frieze, em Londres, e a Fiac, em Paris.
A 16ª edição da Frieze London acontece de 3 a 7 de outubro, no Regent’s Park, na capital britânica. A feira reúne cerca de 160 galerias de todo o mundo e apresenta, entre os destaques deste ano, o setor “Social Work” – uma seleção de artistas mulheres que desafiaram o status quo no mercado de arte durante os anos 1980 e 1990. Uma série de performances e conversas sobre arte também preenchem a programação do evento.
De 18 a 21 de outubro, a 45ª edição da Foire Internationale d’art Contemporain (Fiac) reúne 195 galerias, no Grand Palais, em Paris. O evento também se espalha pela cidade com apresentações de obras e performances em locais como o Petit Palais, os Jardins das Tulherias, a Place de la Concorde e o Musée National Eugène Delacroix.
Saiba como o Brasil marca presença nessas programações!
Galerias
O Brasil é representado na Frieze por seis galerias: A Gentil Carioca (RJ), Fortes D’Aloia & Gabriel (RJ/SP), Jaqueline Martins (SP), Mendes Wood DM (SP), Galeria Luisa Strina (SP) e Vermelho (SP). No ano passado, o espaço da Luisa Strina ganhou o Frieze Art Fair Stand Prize por seu projeto curatorial inovador.
Na Fiac, a participação brasileira fica por conta de Mendes Wood DM e Bergamin & Gomide.
Artistas
Performers brasileiros se destacam na programação das duas feiras.
Vivian Caccuri, representada pela galeria A Gentil Carioca, participa na quarta, dia 3 de outubro, do “Live”, setor da Frieze dedicado a performances e instalações. Conhecida por explorar diferentes percepções históricas e sociais a partir dos sons, a artista carioca apresenta “Mosquitos Also Cry”, trabalho que propõe uma reinterpretação dos zunidos desses animais.
Em “Água parada”, instalação exposta no MAC Niterói (RJ) em abril deste ano, a artista já tinha trabalhado com esses sons ao fazer uma comparação entre o combate aos mosquitos e o tratamento dado a certas manifestações musicais brasileiras. “Existe uma tentativa de limpar a ‘sujeira’ feita pelo mosquito e pela música popular, porque os dois são tidos como ameaça. A forma como os agentes entram nas casas das pessoas e como acabam com os bailes funk são muito similares, e ambos trazem à tona nossos sistemas políticos retrógrados”, afirmou a’O Globo na ocasião.
Com curadoria de Diana Campbell Betancourt (Samdani Art Foundation/Dhaka Art Summit), o setor “Live” chama atenção para conexões inesperadas e fórmulas escondidas que impactam realidades sociais, políticas e econômicas. Além de Caccuri, artistas como o francês Christian Boltanski (destaque no Repertório da SP-Arte/2018, com a Marian Goodman Gallery) e a nigeriana Otobong Nkanga (Mendes Wood DM) também se apresentam no setor.
Já na feira francesa, o artista mineiro Paulo Nazareth, da Mendes Wood DM, exibe a performance “Moinho de vento”, em que treze imigrantes se apresentam caminhando pelas ruas de Paris. Ao longo da rota, eles moem grãos de café e deixam uma trilha de pó e aroma. O projeto propõe uma reflexão em torno da imigração do trabalho e seus possíveis rastros e consequências.
Programação pelas cidades
Nas duas cidades, instituições culturais e galerias aproveitam a efervescência das feiras para apresentarem exposições de arte e performances ao público.
Em Londres, a LUX, agência de promoção de artistas na Inglaterra, apresenta trabalhos da cineasta brasiliense Ana Vaz, no dia 3 de outubro. Suas produções, publicações, performances e videoinstalações refletem sobre os vestígios deixados por projetos de poder. Sua primeira exposição no país reúne vídeos, trabalhos sonoros e mapas pertencentes à série “The Voyage Out” – que explora o desastre nuclear de Fukushima, no Japão.
A Fondation Cartier pour l’art Contemporain, em Paris, apresenta uma exposição sobre a diversidade visual – cores e formas – da América Latina. De 14 de outubro a 24 de fevereiro, “Géométries Sud, du Mexique à la Terre de Feu” [Geometrias do sul – Do México à Terra do Fogo] reúne 250 trabalhos de mais de setenta artistas, da era pré-colombiana aos dias de hoje. A estética geométrica dos povos indígenas do continente é um dos pontos altos dos trabalhos apresentados. Importantes fotógrafos brasileiros que já exploraram a temática, como Claudia Andujar e Miguel Rio Branco, integram a exposição. O projeto “Na espiral do Atlântico Sul”, do nipo-brasileiro Tatewaki Nio, vencedor da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS em 2017, também faz parte da mostra.
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