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Design
oEbanista - Ricardo Graham Ferreira
Nova Friburgo, Brasil
A madeira, principal matéria-prima utilizada em seus trabalhos, ganha respeito como uma personagem viva e em constante transformação nas mãos de Ricardo Graham Ferreira. Em sua oficina, localizada na Serra Fluminense, Ricardo trabalha o material de forma intuitiva em suas inspirações.
A escolha da Ebanesteria surgiu da paixão de Ricardo pela madeira e suas infinitas possibilidades. O respeito pelo material e o prazer de dar vida aos seus desenhos com suas próprias mãos são, sem dúvida, sua maior satisfação como ebanista. “A madeira é, por si só, um material sustentável e regenerador. Ela se adapta ao longo do tempo, leva marcas da sua existência e é eterna quando bem cuidada. Com isso, quero que as peças que crio sejam como a madeira que a recebeu: permanentes, passadas pelas mãos de diferentes gerações e que levem a história de cada pessoa com ela com o passar do tempo”, comenta Ricardo.
A excelência do trabalho de Ricardo atravessa o material e chega no desenho, através de uma prática manual, sempre de uma forma intuitiva. Todo esse ciclo acontece alinhado com um discurso verdadeiro, vivido todos os dias por Ricardo e sua família - que mora a poucos metros de distância da oficina em que trabalha -, através de processos renováveis e sustentáveis, que imprimem um frescor real em um mundo saturado pela urgência do tempo virtual. “O diferencial do meu trabalho é a minha expressão: esta não teve escola. É aí que emprego um conhecimento mais íntimo, onde a individualidade ganha forma: curvas, tons de madeira, encaixes. É uma linguagem, uma comunicação em forma de objeto”, explica.
Em outubro de 2022, a editora Olhares lançou o livro Ricardo Graham Ferreira, o ebanista, que aborda de maneira íntima o trabalho de um dos expoentes dessa geração, instigando o leitor a criar sua própria interpretação formal e afetiva através de um conjunto de registros e depoimentos de pessoas que fazem parte de sua vida. Nas palavras de Bruno Simões, responsável pela texto e entrevista do livro: “Faz muito sentido a ênfase no termo “o ebanista” dada por Ricardo em sua marca. Trata-se simbolicamente de um ponto de convergência entre duas culturas, dois momentos; uma maneira histórica de afirmar que há em seu desenho uma assinatura reconhecível, um olhar delicado e atento que resgata e valoriza técnicas tradicionais aprendidas fora, enquanto persegue o traço curvo (e leve) do ideal moderno para exaltar a rica diversidade de madeiras nativas com que trabalha: roxinho, muirapiranga, muiracatiara, cumaru, cedro, sucupira vermelha, ipê, freijó, peroba mica e peroba do campo, obtidas tanto de manejos florestais certificados como de estruturas de antigas construções garimpadas pelo Brasil.
Ao fim, essa busca pela matéria-prima fundamenta todo o processo e se torna tão importante quanto a obra em si. Ricardo Graham Ferreira se insere numa geração de marceneiros brasileiros que encontrou na escassez um profundo respeito pelas madeiras nobres; aplicam uma atenção redobrada para que crimes do passado não se repitam, como no famigerado caso do jacarandá-da-baía; e fomentam tais desafios como uma oportunidade de investigar novas espécies e suas propriedades (como tom, cheiro e densidade) para imprimir um novo modelo estético e educar nosso olhar para a riqueza que nos cerca. A diversidade a partir da adversidade para interromper o ciclo de irresponsabilidade de consumo, os vícios de linguagem saudosistas, e propor ao ofício uma nova relevância.”
em 2019 e 2020 esteve presente na SP Arte, presencial e virtualmente.
Direção
Ricardo Graham Ferreira
Maria Eduarda de Carvalho
Artistas
oEbanista - Ricardo Graham Ferreira
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