Editorial
Saiba mais sobre nomes emblemáticos presentes na maior feira de fotografia do Brasil. Ficamos até domingo, 26 de agosto, no JK Iguatemi
25 ago 2018, 14h40
Obras de importantes fotógrafos brasileiros passaram pelas paredes desta edição da SP-Arte/Foto. Saiba mais sobre nomes emblemáticos presentes na maior feira de fotografia do Brasil. Ficamos até domingo, 26 de agosto, no Shopping JK Iguatemi.
(1) Ana Vitória Mussi (Lume)
Os trabalhos da catarinense integram uma das mostras mais esperadas do ano: “Mulheres radicais”, em cartaz na Pinacoteca de São Paulo, e concebida pelo Hammer Museum, de Los Angeles. Durante a ditadura militar no Brasil, Ana Vitória Mussi desenvolveu um trabalho junto a jornais da época que são matéria-prima para um trabalho em imagem com críticas políticas e sociais muito presentes. Em abril de 2018, durante a SP-Arte, a artista ganhou sua primeira individual paulistana, na Galeria Lume, quando seu trabalho começou a ganhar o devido reconhecimento por aqui.
(2) Claudia Andujar (Vermelho)
Claudia Andujar trabalha com o povo indígena Yanomami, na Amazônia, desde 1970. O principal objetivo da suíça radicada no Brasil é lembrar que a tribo e sua cultura merecem seu espaço, já que muitos brasileiros costumam deixar de lado — ou até negligenciar — a presença de tribos e culturas como esta. Não à toa, Claudia Andujar tem um pavilhão no Inhotim dedicado ao seu trabalho: são mais de 500 fotografias escolhidas a partir de um trabalho de campo muito próximo e íntimo com os índios. Em cada uma delas, está estampada a paixão de Claudia pelo tema.
(3) German Lorca (Utópica)
Paulistano de 96 anos, German Lorca é um dos expoentes do Foto Cine Clube Bandeirante, que teve início em 1939 e segue na ativa até hoje em São Paulo. Convidado pela SP-Arte, o artista revisitou cinco pontos da cidade fotografados por ele entre os anos 1950 e 1970 para fazer um novo registro. O resultado pode ser visto na Revista SP-Arte, distribuída gratuitamente na entrada da Feira de Fotografia. Além de ser o grande homenageado desta edição do evento, Lorca ganha uma retrospectiva da sua obra no Itaú Cultural, a partir do dia 25 de agosto. A exposição tem curadoria de Rubens Fernandes Júnior, que vem trabalhando com o fotógrafo nos últimos 26 anos.
(4) Luiz Braga (Gávea)
O que chama atenção nas fotografias do paraense Luiz Braga são as cores super-saturadas, efeito que ele consegue combinando a luminosidade natural com fontes de luz artificiais. Nos últimos 50 anos, ele vem mostrando como ninguém os coloridos de Bélem e seus arredores – de palafitas e estabelecimentos, a moradores e paisagens da Amazônia. O fotógrafo foi um dos representantes do Brasil na 53a Bienal de Veneza, em 2009.
(5) Mario Cravo Neto (Instituto Mario Cravo Neto)
O jogo de formas e luz nas fotografias em preto e branco do baiano Mario Cravo Neto (1947-2009) vem de seus primeiros trabalhos na escultura. Ele se interessava em pesquisar, principalmente, o misticismo, as dimensões espirituais do corpo, a religião católica e o candomblé. Em 2015, um acervo de 100 mil itens do fotógrafo foi doado em comodato ao Instituto Moreira Salles, que vem explorando o material em exposições e publicações ao lado do Instituto Mario Cravo Neto. Na Feira, o Instituto Mario Cravo Neto traz uma série feita em Nova York, no fim dos anos 1970, cuja estética foge dos trabalhos mais tradicionais do artista.
(6) Mauro Restiffe (Fortes D’Aloia & Gabriel)
Desde o início de sua carreira, no fim dos anos 1980, o artista nascido em São José do Rio Pardo nunca largou a câmera analógica. Na mostra “Álbum”, idealizada pela Pinacoteca de São Paulo e ganhadora do prêmio da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) como a melhor exposição de fotografia em 2017, ele explorou a relação entre a fotografia e a história com registros de família, feitos por ele entre 1995 e 2017. A passagem do tempo também é marca da série “Rússia”, em que fotografou o país no final da década de 1990 – após o fim da União Soviética – e anos mais tarde, entre 2014 e 2015, quando viajou mais cinco vezes para Moscou e São Petesburgo. Em janeiro deste ano, passou a fazer parte do acervo do MoMA quando a coleção Patricia Phelps de Cisneros doou 90 obras de dez países latino-americanos para a instituição nova-iorquina.
(7) Miguel Rio Branco (Silvia Cintra + Box4)
Para produzir sua última grande individual no Masp, em 2017, Miguel Rio Branco precisou de muita lábia. Realizada em 1979, a série “Maciel” retratou personagens do bairro de mesmo nome, na região do Pelourinho, em Salvador, conhecido pela prostituição, degradação e marginalização. As cores saturadas e jogos de luz dramáticos – marca de grande parte dos seus cliques – construíram o interior de bares e prostíbulos, além de cenas de nudez e sexo. Produzindo entre a arte, a fotografia documental e o cinema, Miguel Rio Branco ganhou um pavilhão no Inhotim, que faz um passeio pelos últimos trinta anos de sua obra.
(8) Rosangela Rennó (Vermelho)
Em sua mais recente série, intitulada “Nuptias”, Rosângela Rennó se apropria de fotografias de casamento feitas na região do Cariri, no Nordeste do Brasil, e intervém nesses achados com tinta, objetos, recortes e recomposições. Ao incluir sua marca nas fotos tradicionais, a artista faz referência à pluralidade de uniões afetivas independentemente de credo, raça ou orientação sexual. A mineira vem trabalhando com álbuns de família desde a década de 1980, como investigação da memória, cultura e tradição, e os embates entre essas imagens e a atualidade.
(9) Sebastião Salgado (Silvia Cintra + Box4 / Mario Cohen / Mapa)
É impossível olhar para as fotos de Sebastião Salgado e não as reconhecer: os cliques em preto e branco são emblemáticos até para quem os vê pessoalmente pela primeira vez. Com cliques de denúncia social e natureza – para resumir a obra em poucas palavras – Sebastião Salgado tem séries icônicas como “Êxodos”, “Outras Américas”, “Gênesis” e “África”. Um dos seus últimos episódios de reconhecimento internacional é o documentário “O sal da terra”, com direção do alemão Wim Wenders e de seu filho Juliano Salgado, que conta sobre a trajetória do artista. Em 2015, o filme foi indicado para o Oscar de melhor documentário de longa-metragem.
(10) Vik Muniz (Nara Roesler / Inox)
Vik Muniz é conhecido por usar lixo em suas obras, pedaços de revistas para recriar pinturas antigas, entulho de construções para erguer novos prédios, e macarrão a diamantes para recriar personagens da história da arte. A fotografia, no entanto, é o suporte mais importante de toda a sua obra. Depois de produzir essas criações mirabolantes que o fazem conhecido no mundo inteiro, Vik Muniz registra e dissemina essas instalações por meio da técnica fotográfica. Recentemente, o artista nascido em São Paulo e dono de ateliês no Rio de Janeiro e em Nova York, também apresentou a série “Handmade”, que brinca com o objeto real e sua imagem. Em uma de suas obras, ele mistura um jogo real de varetas com uma imagem delas. Por isso, vale sempre olhar duas vezes para que essas nuances preciosas não passem despercebidas.
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