Editorial
Conheça 8 jovens artistas em exposição no setor Solo da SP-Arte/2018
26 Mar 2018, 5:24 pm
Com artistas vindos de cidades como São Paulo, Brasília, Lisboa ou Moscou, o setor Solo reúne uma seleção variada com 16 nomes escolhidos pela curadora Luiza Teixeira de Freitas. Os projetos exclusivos propiciam aos visitantes um mergulho ainda mais aprofundado em suas obras. Confiram uma lista com oito jovens artistas do setor, de até 40 anos, e conheçam suas pesquisas e trabalhos pouco convencionais. Aqui vai uma palinha das suas produções:
Muita gente vai se surpreender ao se deparar com um carro no estande da galeria Periscópio, que recria uma feira de automóvel. A ideia do recifense Bruno Faria, de 37 anos, é remeter à cidade de Brasília e seu ideal de perfeição ao levar o antigo carro homônimo da Volkswagen para o Festival. Prática comum no seu trabalho, o artista pesquisa a arquitetura e história das cidades para produzir site-specifics (conceito de uma obra criada para um lugar e ambiente determinados) críticos. No Centro Cultural São Paulo (CCSP) em 2009, por exemplo, ele fez uma praia artificial no terraço da instituição após descobrir que logo ali embaixo, onde passa a avenida 23 de Maio, corria o córrego Itororó. O local de descanso e contemplação virou uma via congestionada e barulhenta.
Um dos mais jovens da turma, o português Henrique Pavão, de 26 anos, trabalha com fotografia, vídeo e instalação. Suas criações abordam temas relativos ao tempo, fugacidade, memória e ruína. A videoarte “Unfinished Past”, que será exibida na lisboeta Uma Lulik, fala sobre o abandono e a degradação de objetos, indispensáveis em outros tempos.
Horácio Frutuoso tem 26 anos e é representado por uma também novíssima galeria de Lisboa, a Balcony, que abriu suas portas há seis meses. O português cruza mídias digitais e questões de gênero com poemas que escancaram seus pensamentos mais íntimos. Para o Festival, ele prepara a série “Abençoado desalinho”, na qual desabafos viram manchas gráficas que se alastram pelo estande, como uma chuva de ideias.
O russo Ilya Fedotov-Fedorov, de apenas 30 anos, é representado pela Fragment, de Moscou. Os trabalhos de Ilya são verdadeiros sistemas biológicos: ele estudou genética e leva para as suas esculturas e objetos estéticas semelhantes às células e seres vivos. Parte desse interesse veio de seus longos períodos passados em hospitais quando criança, devido a uma grave enfermidade.
Os tecidos da paulistana Marina Weffort, da galeria carioca Cavalo, são tão sensíveis que se mexem a cada brisa que passa. Ao invés de criar bordados e tecelagens, a artista de 40 anos desfia as tramas dos tecidos, proporcionando ao seu trabalho uma sensação de vazio e de silêncio.
Para o equatoriano Oscar Santillán nada parece ser impossível. Ele já aspirou uma nuvem do céu e a guardou em uma caixa de mámore (“Cloud”), fez um filme reunindo todas as piscadas de olho de James Dean (“The Permanent Blink”) e escalou a montanha mais alta da Inglaterra para coletar um pedacinho de pedra (“The Intruder”). Em sua mais recente investigação, “Solaris” – série que será apresentada na mexicana Parque – o artista de 38 anos foi para o Deserto do Atacama, lugar mais árido e de melhor observação astronômica do mundo. Oscar coletou areia da região e trabalhou com cientistas para transformar seus grãos em uma lente. Foi com ela que o artista fotografou o deserto – como se a paisagem estivesse olhando para si mesma.
O paulista Pedro Wirz, representado pela galeria da África do Sul Blank, se divide, hoje, entre São Paulo e Basel, na Suíça. Aos 37 anos, ele pesquisa a relação e comunicação entre as pessoas ao propor trabalhos criados em colaboração ou dinâmicas de grupo. Em “Sculpture Exquisite”, por exemplo, convidou oito artistas para desenhar a partir de um método surrealista, na qual cada participante produzia uma parte do desenho e passava para o próximo artista, que via apenas uma pequena parte do que seu antecessor produziu. O resultado disso foi gravado em madeira e se transformou em diversas esculturas de parede.
Quanto mais selvagem, melhor: a brasiliense Raquel Nava, de 37 anos, tem como referência os animais e a taxidermia para produzir composições em fotografia e pintura que evidenciam a dicotomia desses objetos em relação aos materiais industriais. Ela também investiga como ícones culturais ou objetos banais mudam de significado de acordo com tempo e o contexto. Na SP-Arte/2018, a série de trabalhos apresentadas na carioca Portas Vilaseca repensa as ideias pré-concebidas de beleza e morte.
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