Editorial
Podcast
Dos anos 20 ao 00, "Arte em meio-tempo" discute episódios marcantes da história da arte brasileira
SP–Arte
7 ago 2020, 10h30
Toda história é uma estrada cheia de curvas, obstáculos e alguns atalhos – inclusive a história da arte. Sem querer dar conta de nenhuma versão final, o jornalista e crítico de arte Felipe Molitor e a professora e pesquisadora Mirtes Marins de Oliveira se juntam para conversar sobre episódios marcantes da história recente da arte brasileira. É o “Arte em meio-tempo”, a primeira temporada de podcast da SP-Arte.
Ao longo de seis episódios lançados quinzenalmente, o podcast abordará personagens nacionais e internacionais que tiveram atuação crucial para a arte brasileira, falando não só de artistas e de exposições, mas conectando suas histórias ao desenrolar da cena cultural, social e política em cada momento.
“Arte em meio-tempo” levantará temas como os antecedentes da fundação de importantes museus de São Paulo e Rio de Janeiro; a censura aos artistas visuais durante a ditadura civil-militar brasileira; o desbunde dos artistas nos anos 70 e 80; os bastidores de bienais que marcaram época, até chegar nos anos 2000.
A edição do podcast é feita por Barbara Mastrobuono com o apoio do O&O Estúdio. Você poderá ouvir o “Arte em meio-tempo” por aqui ou pelo celular no Spotify.
Primeiro episódio
O episódio de estreia aborda acontecimentos que se passam entre a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo, e a fundação de dois dos principais museus da cidade, duas décadas depois: o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Museu de Arte de São Paulo (Masp). Quais os papéis e interesses que grupos artísticos e alguns mecenas empenharam na formação da cena modernista da cidade, e como o pano de fundo geopolítico influenciou a consolidação do modernismo com a criação destas instituições. Entre os causos estão a dura crítica de Monteiro Lobato sobre Anita Malfatti, o papel educador de Mário de Andrade, as experiências de Flávio de Carvalho, as interferências de Nelson Rockefeller e do MoMA na criação desses museus, e a rixa de Ciccillo Matarazzo com Assis Chateaubriand.
Segundo episódio
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro é protagonista deste capítulo. Aspectos de sua história são comentados em três fases distintas: as origens e o contexto de fundação da instituição carioca no fim da década de 1940, a radicalidade de seu programa durante os anos 1970, e o trágico incêndio que quase o destruiu por completo. Alguns dos episódios comentados são o pioneirismo de Niomar Muniz Sodré na condução do MAM, o papel professoral do artista Ivan Serpa na formação de toda uma geração de artistas, a radicalidade do crítico Frederico Morais com os Domingos da Criação, as mostras icônicas de Letícia Parente e Sonia Andrade que chacoalharam o papel da arte corrente, e a responsabilidade da direção sobre o acidente de 1978.
Terceiro episódio
De que maneira a ditadura civil-militar brasileira atingiu o circuito das artes visuais? Este episódio rememora apenas algumas das exposições e obras de arte que foram alvo de perseguição e censura do regime, que chegou a encerrar mostras, destruir trabalhos e prender artistas. Discute-se processos menos explícitos de cerceamento de liberdade de expressão, na produção artística do período, como a autocensura e o exílio, principalmente após o chamado “golpe dentro do golpe”, o AI-5. Entre os causos e personagens citados e comentados estão Hélio Oiticica e a Estação Mangueira na mostra “Opinião 65”; os percalços na realização das 9ª e 10ª Bienais de São Paulo, essa última conhecida como a “Bienal do boicote”; o apagamento da 2ª Bienal da Bahia; Cildo Meireles e Artur Barrio ontológica mostra “Do Corpo a Terra” em Belo Horizonte.
Quarto episódio
O episódio aborda a cena artística altamente experimental dos anos 1970 tomando como ponto de partida as atividades do Museu de Arte Contemporânea da USP. Qual é a história por trás da instituição universitária e sua relação com o Museu de Arte Moderna de São Paulo; como os jovens artistas ampliavam – ou dissolviam – as categorias da arte através de trabalhos efêmeros e com novos materiais; e qual o papel de Walter Zanini, possivelmente o primeiro “curador” brasileiro, nessa empreitada sob a ainda vigente ditadura civil-militar.
Quinto episódio
Acompanhando o entusiasmo da reabertura do país, a célebre Geração 80 demarca um dos momentos mais prolíficos e abrangentes da arte brasileira. Mas afinal, o que define esta geração? Quais eram as características do circuito artístico àquela altura e quais eram as questões estéticas e políticas colocadas pelos artistas emergentes de então? O episódio aborda exposições emblemáticas, como a “Como vai você, geração 80?”, realizada no Parque Lage, no Rio de Janeiro, e questões em aberto até os dias de hoje, como o interesse pela pintura reatualizado pelos artistas jovens daquele momento.
Sexto episódio
A 24ª Bienal de São Paulo (1998), conhecida no mundo todo como a Bienal da Antropofagia, é o tema central do último episódio desta temporada. “Arte em meio-tempo” chega aos anos 1990 e 2000 abordando também outras edições emblemáticas, como as 26ª e 27ª. Os causos vão desde obras censuradas ao pavilhão invadido por pixadores. Também discute-se como a história da arte passou a ser estudada a partir de um ponto de vista menos eurocêntrico, com críticas ao colonialismo e aberta para revisões profundas.
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