Editorial
Picks
Winnie Bastian recomenda peças de design na 18ª SP–Arte
SP–Arte
8 abr 2022, 12h44
O design brasileiro vai muito bem, obrigada — e o setor Design da SP–Arte 2022 é prova evidente disso. Convidamos a jornalista e curadora de design Winnie Bastian (@designdobom) para selecionar 15 destaques dessa edição para o nosso programa de Picks.
Confira suas escolhas abaixo!
Compasso, de Luciana Martins e Gerson de Oliveira (,Ovo)
A primeira cadeira de balanço desenhada pela dupla se destaca pelo desenho marcadamente geométrico, que atualiza essa tipologia tão antiga (e que parece estar sendo revisitada nos últimos tempos). “A cadeira de balanço nos remete a uma outra época, onde havia um tempo de não fazer nada, de contemplação, de silêncio. O nome Compasso tem a ver com o ritmo do balanço descompromissado”, contam os designers.
Topomorfose especial, de Heloisa Crocco para +55 Design
As texturas dos anéis que demarcam o crescimento da árvore são o léxico usado por Heloisa Crocco para compor seus famosos painéis, que criam uma “impressão digital da natureza”. Desta vez, em consonância com o tema da +55 na feira (couro e sustentabilidade), Heloisa em vez de tingir a madeira, coloriu o painel com retalhos de couro vindos da produção de mobiliário.
Hotel, de Zanine Caldas, na 31 Mobiliário
Desenhada para uma pousada nos anos 1980 (e por fim não utilizada), a cadeira de Zanine Caldas agora entra em linha de produção sob o olhar de seu filho Zanini de Zanine, diretor criativo da 31 Mobiliário. Repare nas formas geométricas com ares escultóricos: o mesmo desenho do encosto se reflete, de forma espelhada, nos pés.
Fim, de Alex Rocca
Com cerca de 3,5 x 4 metros, Fim é a maior tapeçaria já feita pelo artista têxtil autodidata Alex Rocca e mescla diferentes técnicas, como o tufting e o bordado feito à mão. Levou quase três meses para ser concluída e, como não cabia no tear, foi executada em três partes separadas. E como todo fim é o início de algo novo, o nome dessa peça é bem apropriado, não?
Greta, de Susana Bastos e Marcelo Alvarenga (Alva Design)
Pensando nos novos modos de vida que surgiram com a pandemia, Susana e Marcelo criaram uma linha de móveis dedicados aos espaços de transição entre a rua e a casa. Destaque para o banco com suporte inclinado para os sapatos (que ficam, dessa forma, menos evidentes no décor).
Flutua, de André Ferri
A mesa de jantar joga com as noções de peso e equilíbrio: sua estrutura feita por duas placas de vidro cristal cruzadas. O cruzamento sustenta um monolito de freijó esculpido, que parece flutuar. Embora o elemento de madeira seja visualmente mais pesado, na realidade ele é muito mais leve do que os vidros, esses sim, responsáveis por conferir solidez e rigidez ao conjunto.
Lotus, de Carlos Nason, na Apartamento 61
Criada na década de 1960, a luminária de mesa em vidro Murano é composta por diferentes camadas de “pétalas” sobrepostas, assim como a flor que lhe empresta o nome. Nason é conhecido por descender de uma das mais antigas famílias de vidreiros de Murano e se tornou referência para os amantes dessa arte.
Costume, de Cris Bertolucci
À semelhança das antigas Crinolinas, que estruturavam as saias dos vestidos, as luminárias da linha Costume possuem uma estrutura aramada que sustenta suas “vestes” em linho finíssimo (que pode ser retirado para lavagem). Pregas e costuras ficam visíveis, reforçando essa conexão com o vestir.
Raízes, de Patricia Urquiola, para ETEL
Além da forma impecável, a mesa lateral chama atenção pela combinação da madeira com dois materiais ecologicamente amigáveis: o couro de cactos (em verde) e um composto de bio-resinas com a inserção de cavacos de madeira (resíduos da produção do mobiliário da própria ETEL).
Quadrícula, de Lucas Recchia para Firma Casa
O contraste (entre peso e leveza, opacidade e translucidez) cria um efeito instigante nesta mesa, feita em quartzito vermelho do Maranhão. O tampo possui vários recortes quadrados para receber peças de vidro fundido (mesmo processo usado na sua já conhecida mesa Morfa), que filtram a luz e formam um “tapete” colorido no piso.
Instante, de Jacqueline Terpins
A designer e artista trouxe uma série de 9 esculturas que exploram o delicado equilíbrio entre a massa vítrea ainda em estado sólido e o vidro soprado — uma celebração ao processo que há décadas lhe encanta e explora com maestria.
Rituais, de Leandro Garcia
A partir da forma elementar da esfera, que recebe cortes, interações e subtrações, o arquiteto e designer cria uma série de objetos de extrema simplicidade e elegância. Destaque para o aparador de livros, cujas linhas e proporções contrastam lindamente com os objetos que sustentam.
Sem título, de Sylvio Palma, na Passado Composto Século XX
“Acompanhar a execução de uma tapeçaria é como ver brotar a semente plantada em terra fértil. Cada folha cresce e amadurece na medida em que é tecida.” A frase é de Sylvio Palma — autor dessa tapeçaria excepcional (e enorme, com 2,20 x 3,30 m) em lã bordada à mão —, e demonstra tanto sua paixão pela natureza quanto pela arte da tapeçaria em si.
Tipologia de uma Segunda Vida, de Rodrigo Silveira
Nesta série, o designer e marceneiro utiliza um conjunto de cinco esculturas e um móvel para fazer um relato visual sobre a trajetória da árvore, desde sua derrubada até virar cadeira – ou, nas suas palavras, “a transformação de um ser poderoso em uma peça subserviente e única”. Um oportuno convite à reflexão sobre as atuais formas de extrativismo e a nossa relação com a natureza.
Canoa, de Guilherme Wentz para a Wentz
A poltrona de balanço Canoa sugere um sentar mais baixo e em postura mais relaxada. Totalmente estofada, é hiperconfortável e revestida com tecido 3D à base de 70% de plásticos recolhidos do oceano e elastano.
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