Editorial
Japan House na SP-Arte! Espaço de cultura nipônica leva obras e galerias japonesas ao Pavilhão da Bienal
27 mar 2017, 10h45
Como parte das ações de inauguração da Japan House São Paulo, a SP-Arte/2017 apresenta uma prévia do novo espaço de cultura do governo nipônico na Avenida Paulista – que vai reunir arte, tecnologia e negócios.
Quatro galerias do país oriental, além de uma de Los Angeles e outra de Londres especializadas em arte japonesa, vão expor no evento (confira a lista aqui). Curador do novo espaço, Marcello Dantas agrupou os expositores presentes à SP-Arte e, nesta entrevista, fala sobre a experiência à frente do projeto e traça um panorama da arte japonesa atual. Boa leitura!
SP-Arte: A sede da Japan House na Avenida Paulista tem inauguração prevista para o mês de maio. Como as exposições na SP-Arte vão antecipar o que estará no novo edifício?
Marcello Dantas: A primeira mostra da Japan House São Paulo será sobre o bambu, um silencioso protagonista da História e da Cultura do Japão, seja na arte, no design e na tecnologia. Em seguida, abordaremos uma ampla gama de assuntos que serão uma porta de entrada para a cultura japonesa contemporânea.
SP-Arte: A imagem do Japão é frequentemente ligada a precisão e tecnologia, mas também a delicadeza e tradição rural. Como você acha que esses dois lados se expressam na arte do país hoje?
MD: No Japão, tradição e inovação andam de mãos dadas. Não existe linha de ruptura na cultura japonesa, tudo é pensado como uma evolução de técnicas ancestrais revisitadas pela evolução da ciência, tecnologia e da sociedade. Parte da criatividade japonesa reside na maneira como o artista está próximo do processo de produção de seu trabalho. No Japão, o artista tem as mãos na obra e as obras carregam a filosofia acumulada de gerações.
SP-Arte: No século 20, o cinema de artistas como Yasujiro Ozu e Akira Kurosawa relembrou a milenar cultura nipônica e retratou o choque de gerações no pós-guerra, num país de vida urbana agitada e crescente industrialização. A arte feita no Japão de hoje também carrega traços dessa ancestralidade? De que maneira?
MD: Existem varias camadas na cultura japonesa. Claro que a cultura urbana de Tóquio sofreu uma enorme influência americana no pós-guerra, mas nas últimas décadas a vanguarda criativa no design, na arquitetura e na arte vem buscando resgatar a identidade perdida nos anos 1950 e reconectar os valores ancestrais do Japão, se reinventando diante da comunidade internacional. O Japão passou muitos séculos fechado para o mundo e o processo de abertura não acontece sem danos e traumas. Mas, por tantas razões, se faz necessário.
SP-Arte: Para você, quais são os grandes destaques do espaço da Japan House na SP-Arte/2017?
MD: Alguns destaques são Hiroshi Sugimoto e seu lindíssimo modelo matemático; Kishio Suga com uma instalação feita no Brasil; Yayoi Kusama com uma abóbora psicodélica; e a obra delicadíssima de Kohei Nawa, que vitrifica os animais. Além deles, o Ryoiji Ikeda tem uma obra semi-invisível que eu amo, pois só quem tem menos de 40 anos de idade consegue enxergar.
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