Editorial
Para a próxima SP-Arte, cinco artistas representados por galerias integrantes da Feira apresentam ações ao longo do Pavilhão da Bienal, de 3 a 7 de abril
17 dez 2018, 13h26
Diretor artístico da Verbo – Mostra de Performance Arte há quinze anos, Marcos Gallon é o novo curador do setor Perfomance na SP-Arte. Para a próxima edição, cinco artistas, representados por galerias integrantes da Feira, apresentam ações ao longo do Pavilhão da Bienal.
Gallon conta que não haverá um tema em torno de suas escolhas, apenas um desejo de apresentar a diversidade das práticas que constitui o campo da performance . “Consigo identificar algumas qualidades das performances feitas no Brasil, há artistas que se aproximam de ideias ancestrais; artistas que empregam outras mídias, criando ferramentas ou extensões do corpo; artistas que se aproximam da literatura, entre outros. Minha intenção é justamente mostrar essa pluralidade. Mais do que um recorte curatorial temático, me interessam essas questões práticas do fazer, que integram fortemente o campo da performance”, afirma. Parte das ações que serão apresentadas guardam características em que o público poderá ver os vestígios da obra mesmo sem a presença dos artistas. A programação do setor será diária e todos os artistas se apresentam pelo menos uma vez ao dia.
Integra o programa ainda a aquisição por parte da SP-Arte de uma das cinco ações. O artista receberá o valor de R$ 20 mil e a ação será doada a uma instituição pública em São Paulo. O objetivo é ampliar a presença da performance nos contextos comercial e institucional da arte: “As coleções, tanto públicas quanto privadas, são carentes desse tipo de linguagem em seus acervos. A ideia é trazer a discussão da performance para um âmbito mais comercial e a feira de arte é um importante espaço para isso”, conta Gallon. Na aquisição, o artista contemplado deverá entregar documentos ligados à performance, sejam fotos, vídeos, ou apenas uma descrição da ação e as condições de sua realização.
“Há artistas que autorizam que o registro da ação seja apresentado, assim como sua reencenação em contextos específicos. Mas há outros que privilegiam a experiência ao vivo. Apesar de difícil, o ato de colecionar performances é possível por meio de registros audiovisuais ou documentais. Queremos justamente fomentar coleções desse tipo no Brasil”, completa.
Marcos Gallon
Possui graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Como bailarino e coreógrafo trabalhou em várias companhias de dança em São Paulo. De 1993 a 1996 assumiu o cargo de Administração da Cia. Terceira Dança em São Paulo. Viveu quatro anos em Berlim (1997-2001), onde ampliou sua pesquisa no campo da dança contemporânea, tendo desenvolvido vários trabalhos junto a coreógrafos da cena local. Nos anos de 2003 e 2004 criou o projeto “Corpo de Baile”, coletivo composto por bailarinos, performers, designers, atores e artistas visuais. Atualmente é diretor artístico da Verbo – Mostra de Performance Arte, plataforma anual de performance arte criada pela Galeria Vermelho (São Paulo), em 2005. É co-autor de “Das, um olhar contemporâneo sobre um trabalho da Cia. Terceira Dança” (Annablume, 1995), e organizador de “Verbo – mostra de performance arte” (Ed. Tijuana, 2015).
Setor Performance
Em 2018, a então curadora Paula Garcia reuniu cinco performances de longa duração, que aconteceram em um espaço dedicado a elas no segundo andar do Pavilhão. Gabriel Vidolín, Karlla Girotto, Paul Setúbal, o duo Protovoulía (Jessica Goes e Rafael Abdala) e o coletivo Brechó Replay desempenharam as performances do começo ao fim do Festival, em jornadas que se estenderam por mais de oito horas. Reveja aqui fotos do setor.
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