Editorial
Da Galeria Luisa Strina a Kogan Amaro, do Itaú Cultural a Pina, dezembro reserva estreias para a programação de São Paulo
4 dez 2019, 15h38
Por Giovana Christ
Da Galeria Luisa Strina a Kogan Amaro, do Itaú Cultural a Pina, dezembro reserva estreias para a programação de São Paulo. Aproveite o final de ano para visitar as mostras em cartaz nas galerias e instituições da cidade!
(1) Arthur Chaves, na Galeria Superfície
O artista trabalha em uma linha tênue entre desenho, pintura e instalação — utilizando materiais como tecido, plástico e dejetos industriais em forma de fragmentos de plástico, resquícios de anúncios, estampas, tecidos e cores fortes. O nome da exposição, “Canastra da Emília”, é inspirado na famosa boneca da literatura de Monteiro Lobato, que guardava em seu baú (sinônimo de canastra), tudo o que pudesse, um dia, vir a ter outra forma. Arthur Chaves ressignifica os materiais a partir de suas memórias pessoais – os tecidos, que o lembram da relação com a mãe costureira, e as sobras, os restos industriais e domésticos, são sua matéria-prima principal. De 27 de novembro de 2019 a 25 de janeiro de 2020.
(2) Franz Weissmann, no Itaú Cultural
Dez anos depois da última mostra do artista no Brasil, o Itaú Cultural apresenta mais de oitocentas obras de Franz Weissmann – artista austríaco, que se radicou no país aos onze anos e consagrou-se como um dos maiores nomes a escultura brasileira. A exposição traz desde desenhos desconhecidos a seus trabalhos icônicos, como a série “Amassados”, de esculturas em pequena e grande escala, e uma obra em realidade virtual. Com curadoria de Felipe Scovino e parceria do Instituto Franz Weissmann (IFW), Weissmann ocupa três andares do Itaú Cultural do dia 27 de novembro de 2019 a 9 de fevereiro de 2020.
(3) Fernanda Gomes, na Pinacoteca
O museu traz uma retrospectiva da carioca reunindo cinquenta obras produzidas desde 1980, feitas com objetos do cotidiano como gesso, madeira e vidro — mas com significados afetivos para a artista. Segundo ela: “a diferença entre objetos de arte e objetos comuns ainda aparece como um mistério”. Durante a exposição, Fernanda Gomes ficará em atividade pelas sete salas da Pinacoteca instalando ateliês temporários nelas, o que normalmente acontece nas mostras da artista. A exposição encerra a programação do ano do museu, que apresentou uma sequência de artistas pioneiros na escultura, como Ernesto Neto, Artur Lescher, Hélio Oiticica, entre outros. De 30 de novembro de 2019 a 24 de fevereiro de 2020.
(4) Francisco Klinger Carvalho, na Galeria Kogan Amaro
A galeria traz uma série de trabalhos baseados no conhecimento náutico de Francisco Klinger Carvalho, compostas de esculturas com linhas arredondadas que não se quebram montando esqueletos de barcos ou desenhos escultóricos. A exposição “Formas navegatórias” se constrói das lembranças que o artista tem guardado na memória do homem ribeirinho nascido às margens de um grande rio amazônico, transformando todas essas imagens em esculturas — inicialmente rústicas, pelo aprendizado com carpinteiros e construtores de barcos, e atualmente transformadas em obras bem acabadas e refinadas. As esculturas do artistas ficam em exposição na Galeria Kogan Amaro de 30 de novembro a 20 de dezembro de 2019.
(5) Estruturas encontradas, na Galeria Nara Roesler
A exposição coletiva reúne trabalhos dos artistas Brígida Baltar, Cao Guimarães, Fabio Miguez, Lucia Koch, Milton Machado, Paulo Bruscky, Raul Mourão e Sérgio Sister, além do artista convidado Marlon Azambuja. Em “Estruturas encontradas”, o foco é perceber relações entre as obras e suprir a lacunas entre elas, formando sentidos complementares. Segundo afirma o curador venezuelano Luis Pérez-Oramas, “a significação de uma obra de arte pode transcender seu ‘programa’, e, até mesmo, o regime de intenções que a produziu; é assim que as obras de arte podem significar para além de seu tempo e espaço originários”. De 2 de dezembro de 2019 a 15 de fevereiro de 2020.
(6) Claudio Alvarez, na Galeria Lume
As obras do artista argentino têm a intenção de desafiar o olhar: para ele, a nossa visão está tão automatizada que só é possível enxergar de verdade quando os olhos são presos por algo que desafia e foge do comum. A Galeria Lume reúne doze obras recentes do artista, nas quais ele explora figuras reais e virtuais, usando materiais como aço inox, madeira, vidro, acrílico, lentes, refletores, imãs e espelhos. Claudio Alvarez vive e trabalha em Curitiba, já tendo feito exibições em coletivas na Bienal de Curitiba, Museu Histórico Nacional (Rio de Janeiro), Museu Oscar Niemeyer (Curitiba) e Museu da Casa Brasileira (São Paulo). A exposição “Quando vemos” fica em cartaz de 3 de dezembro de 2019 a 6 de fevereiro de 2020 na Galeria Lume.
(7) Takashi Murakami, no Instituto Tomie Ohtake
Murakami foi quem cunhou o termo superflat, movimento artístico da virada do século 21, que recebe influências do mangá e do anime e reflete a estética característica da tradição artística e a natureza do pós-guerra da sociedade japonesa. A exposição reúne 35 trabalhos, com pinturas que chegam a medir 3×10 metros. Em sua primeira individual no Brasil, curada pelo islandês Gunnar B. Kvaran (que também curou a mostra de Yoko Ono, em 2017), Takashi Murakami ocupa o Instituto Tomie Ohtake com alguns de seus conjuntos mais extraordinários: aquele que traz a figura de Mr. DOB, as recentes pinturas concentradas no Zen-budismo, a apropriação e interpretação dos trabalhos de Francis Bacon e sua noção de autorretrato, além de uma seleção de vídeos. De 3 de dezembro de 2019 a 15 de março de 2020.
(8) I-d, na Galeria Luisa Strina
A exposição “I-d” continua as comemorações do aniversário de 45 anos da galeria e reúne obras de artistas como Caetano de Almeida, Monica Nador, Marina Saleme, Marepe, Alexandre da Cunha, Emmanuel Nassar, Marcius Galan, Renata Lucas, Fernanda Gomes, Leonilson, Dora Longo Bahia, Edgard de Souza, Cabelo e diversos outros nomes que Luisa Strina já representou. A seleção visa contar a história do espaço dos anos 1990 até meados dos anos 2000, período marcado pelas obras “pop-popular”, movimento em que a arte volta a reconhecer as cores (mesmo que de um modo conceitual) e a emergência de obras com temas mais existenciais e subjetivos. De 17 de dezembro de 2019 a 15 de fevereiro de 2020.
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