Artistas
Antoni Tàpies
Espanha, 1923
Ponto de referência para a arte contemporânea, caracterizou-se, desde o início, pela ruptura das convenções — utilização de materiais não-pictóricos que antecipavam os futuros motivos informalistas (Capsa de Cordills, 1946) —, pelo domínio técnico e pela originalidade temática, com obras de caráter renovador e surrealista, influenciadas por Klee, Miró e Brossa. Foi um dos membros fundadores e mais destacados do grupo vanguardista Dau al Set (1948), do qual se separou no final de 1952. Alcançou nessa altura a sua maturidade artística, inaugurando uma etapa nova e mais pessoal ligada ao informalismo da matéria, com algumas pinturas que lembram o expressionismo abstrato (Pintura Gris Verdós, 1954). Eliminou todos os elementos figurativos de suas telas e a concepção do espaço pictórico como superfície, como uma segunda parede, como um muro no qual dispõe signos, grafias, manchas, gotejamentos, incisões, lacerações (Gran Òval, 1956) passou a ser sua característica mais marcante. Recorreu à utilização da pasta, de modo a obter matérias densas, rugosas, ásperas, assim como à técnica da raspagem ou da colagem: o resultado eram texturas complexas, com aparência de relevo. Em suas obras, importa a materialidade, não a representação (Tres Marques Negres, 1961). Também é próprio de seu informalismo o aspecto cromático, as cores terrosas, surgindo, em finais da década de 1950, os negros e os cinzentos. Tàpies queria chamar a atenção sobre o negligenciado — a passagem do tempo nas paredes (garatujas, grafites), a pegada, o rastro. A sua obra tem um caráter urbano, que pouco se relaciona com a natureza e muito com a cidade (0 Muro); uma obra rica e complexa e de grande heterogeneidade estilística. Sempre o preocuparam o suporte, os materiais, o processo, assim como a função da arte, a condição do objecto artístico, o cotidiano. Alcançou o êxito da crítica no início dos anos de 1950, quando suas obras começaram também a ser difundidas nos EUA, algo que não havia sucedido até então com nenhum jovem artista espanhol. Quando, em 1958, ganhou o Prêmio de Pintura na Bienal de Veneza, o seu reconhecimento internacional era inquestionável. Na década de 1960, a sua obra apresentou uma nova evolução: Tàpies integrou nos quadros elementos do ambiente cotidiano (Pintura, 1964), que contribuíram para o afastar, no final dos anos de 1960, da estética informalista e para o aproximar do conceptualismo ou da arte povera. Nos anos de 1980, retomou a sua trajetória pictórica mais tradicional, recomeçando no ponto em que a deixara: informalismo da matéria, gosto pelos materiais com qualidades texturais (Ombra i Parèntesi, 1980). Também realizou nos últimos anos incursões na escultura e criou peças com materiais diversos, tratando-os informalmente (Gran Díptic, 1988).
Fonte: Mul.ti.plo Espaço Arte
Galerias
Exposições
Conteúdo editoral
Perfil SP–Arte
Faça parte da comunidade SP–Arte! Somos a maior feira de arte e design da América do Sul e queremos você com a gente. Crie ou atualize o seu perfil para receber nossas newsletters e ter uma experiência personalizada em nosso site e em nossas feiras.